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Gripe aviária: mapa mostra locais onde a doença foi detectada no Brasil

O Brasil segue em alerta com a circulação da gripe aviária, com casos confirmados em diversos estados, principalmente em aves silvestres encontradas nas regiões costeiras. Veja em quais locais a doença foi detectada até o momento no país.

Casos de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Brasil

Confirmados (desde 15/05/23) e em investigação

  • Aves silvestres:
  • Granjas comerciais
  • Subsistência
  • Suspeitas sob investigação

 

Aves mais afetadas

Embora o país ainda mantenha o status de livre da doença em produção comercial, os registros em fauna silvestre têm aumentado e mobilizado pesquisadores e autoridades sanitárias. Um levantamento recente mostra que espécies marinhas, como os trinta-réis, lideram a lista das mais afetadas pelo vírus.

Um gráfico divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com base em registros laboratoriais confirmados, mostra as principais espécies afetadas até agora:

  • Trinta-réis-de-bando (60 casos)
  • Trinta-réis-real (52 casos)
  • Trinta-réis-boreal (12 casos)
  • Trinta-réis-de-bico-vermelho (8 casos)
  • Bobo-pequeno, galinha, leão-marinho-do-sul e atobá-pardo (3 a 4 casos)

Segundo o Prof. Dr. Guilherme Renzo Rocha Brito, ornitologo do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, essas espécies compartilham características ecológicas que favorecem a propagação do vírus: são aves marinhas (costeiras ou pelágicas) e formam grandes colônias reprodutivas, o que facilita o contato próximo entre indivíduos.

“Não é só por serem migratórias. Elas vivem em grandes colônias, com muito contato entre indivíduos, o que facilita a disseminação. É semelhante ao que ocorre em granjas: um único animal infectado pode contaminar rapidamente centenas”, explica.

Além dos trinta-réis e outras aves marinhas, o pesquisador Luiz Caron, da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC), destaca outras espécies silvestres afetadas, como o cisne de pescoço negro e a caraúna. Em relação às domésticas, houve surtos em galinhas, patos e marrecos, em propriedades rurais que mantinham essas aves.

“As aves migratórias são consideradas os principais vetores biológicos. Elas replicam e eliminam o vírus, funcionando como hospedeiros naturais da doença. Podem transmiti-la para as aves domésticas, causando surtos e mortalidade, especialmente em criações comerciais”, afirma Caron.

Guilherme, no entanto, alerta para o uso do termo “vetores”:

“Essas aves não são vetores no sentido clássico. Elas são vítimas da doença. Toda ave está potencialmente suscetível ao vírus — basta o contato. As migratórias chamam atenção porque podem carregar o vírus por longas distâncias, por isso são tratadas como sentinelas da circulação do patógeno.”

Entre os casos migratórios destacados:

  • O trinta-réis-boreal vem da América do Norte para invernar na América do Sul.
  • O bobo-pequeno percorre uma das maiores rotas migratórias do mundo, da Escócia e Inglaterra até o Hemisfério Sul.
  • Já o atobá-pardo é mais residente, mas também se reproduz em colônias densas.

Alerta e monitoramento

A gripe aviária de alta patogenicidade tem causado impactos ambientais, econômicos e sanitários. O cenário reforça a necessidade de monitoramento constante da fauna silvestre, especialmente nas zonas costeiras e em áreas de reprodução colonial.

 

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UE tira Brasil de categoria de alto risco da Lei Antidesmatamento

A Comissão Europeia divulgou nesta quinta-feira (22/5) uma nova decisão sobre as categorias de risco da Lei Antidesmatamento: vai classificar apenas quatro países como importadores de produtos “de alto risco” e que passarão por inspeções severas. O Brasil não figura nesta lista e, junto com a Indonésia, passa a ser enquadrado como “de risco padrão”, tendo verificações de conformidade mais leves para os produtos agropecuários exportados à Europa.

Belarus, Mianmar, Coreia do Norte e Rússia são as únicas nações em que as commodities serão avaliadas como as de maior risco e por contribuir para o desmatamento. As empresas desses países precisarão comprovar o local, a data e como essas commodities foram produzidas, assegurando por rastreabilidade que foram cultivadas em terras desmatadas após 2020.

Os níveis de cobrança de diligência pesarão sobre produtos como soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau, café e chocolate. A legislação deve entrar em vigor em dezembro deste ano para grandes empresas e em julho de 2026 para pequenas. Depois de muitas críticas de países que exportam para a União Europeia, a Comissão Europeia decidiu revisar e tentar “simplificar” a Lei Antidesmate, e segue em discussão nas sessões plenárias do órgão.

Cobranças por categoria

Segundo a versão da lei aprovada até agora pela Comissão Europeia, há diferentes níveis de cobrança para se comprovar que os produtos não são de área desmatada. As chamadas “verificações de conformidade” para países de alto risco são mais severas, já informou o órgão.

De acordo com a Comissão, a UE precisará fiscalizar ao menos 9% das empresas exportadoras de países de alto risco, enquanto o percentual para os de “risco padrão” cai para 3% e é de 1% às nações classificadas como de baixo risco, a exemplo dos Estados Unidos.

 

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Consumo de café cai 16% no Brasil em abril com alta de preços, diz indústria

O consumo de café caiu 15,96% em abril em comparação com o mesmo mês de 2024, após uma virada de ano marcada por altas nos preços do torrado e moído nas prateleiras dos supermercados e nas cafeterias. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22/5) pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Em março, o recuo foi de 4,87%, enquanto fevereiro e janeiro apresentaram tímidas altas de 0,89% e 1,26%, respectivamente.

Nos primeiros quatro meses do ano, o consumo de café no varejo brasileiro — responsável por 73% a 78% da demanda interna — registrou queda acumulada de 5,13%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os preços do café moído acumulam 80,2% de alta nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Quando analisamos fevereiro de 2024 com fevereiro de 2025, a tendência de leve aumento seguiu com 0,89% de sacas vendidas. Já em março, houve a primeira sinalização de queda, de 4,87% de vendas de sacas em relação ao mesmo mês de 2024”, detalha a associação.

Segundo o levantamento, foram vendidas 4,75 milhões de sacas nos quatro primeiros meses do ano, contra 5,01 milhões no mesmo intervalo de 2024.

Por outro lado, a entidade destaca que, apesar da redução no acumulado anual, as vendas mostraram leve recuperação na comparação mensal mais recente, com alta de 0,84% entre março e abril de 2025.

“O comportamento ainda reflete efeitos de sazonalidade e restrições de abastecimento que marcaram o fim de 2024”, explica a Associação, em nota, lembrando que o índice de oferta de café para a indústria chegou a níveis críticos em novembro e dezembro do ano passado.

Para a associação, o abastecimento de matéria-prima pelas indústrias deixou de ser crítico em fevereiro deste ano, sinal de “oferta seletiva”, isto é, que dificulta a obtenção de grão cru de qualidade ou dificuldade de origem de fornecimento.

Apesar de a retração acumulada ser a maior em 20 anos e não ter surpreendido o setor, a demanda continua resiliente, destaca Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Ele explica que essa queda é das vendas da indústria nacional para os supermercados, mas que, surpreendentemente, as vendas do varejo para o consumidor já crescem, pois o brasileiro continua “buscando alternativas para manter o café na cesta alimentar”, acrescenta.

Cardoso lembra que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) destacou há um mês que o volume das vendas do varejo direto ao consumidor cresceu 3,6% no primeiro trimestre desse ano em relação ao mesmo período de 2024. “Na nossa avaliação, o consumo de café segue firme”, ressalva o presidente da Abic.

Café solúvel em alta, cápsulas em queda

A pesquisa também traz a evolução dos preços médios por categoria de café no varejo. O destaque ficou com o café solúvel, cujo preço subiu 8,55% entre março e abril, atingindo R$ 223,75/kg. Já as cápsulas, produto de maior valor agregado, recuaram 8,11% no mesmo período, caindo de R$ 437,82 para R$ 402,33/kg.

Na comparação anual, o solúvel foi o tipo que mais subiu no mercado em abril, acumulando um reajuste de 85%. Em seguida, vem a categoria gourmet que soma alta de 56% e o tradicional/extraforte que encareceu 50%.

Preços médios do café em abril:

  • Tradicional/Extra Forte: R$ 65,50/kg
  • Superior: R$ 80,56/kg
  • Gourmet: R$ 113,88/kg
  • Especial: R$ 137,96/kg
  • Descafeinado: R$ 94,98/kg
  • Solúvel: R$ 223,75/kg
  • Cápsulas: R$ 402,33/kg
  • Drip Coffee: R$ 251,48/kg

 

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Mercado de defensivos para milho recua 16% na safra 2024/25, diz estudo

A compra de defensivos agrícolas para a cultura de milho verão na safra 2024/25 caiu 16% em comparação ao ciclo anterior, movimentando R$ 2,4 bilhões. O valor é R$ 500 milhões a menos na comparação anual, segundo um estudo conduzido pela FarmTrak e encomendado pela consultoria Kynetec.

Os resultados foram antecipados à reportagem e refletem a desvalorização de produtos e redução de área cultivada do cereal no Brasil, que recuou 9% de uma safra a outra, passando para 3,6 milhões de hectares, segundo levantamento que ouviu mais de dois mil agricultores em 700 municípios.

Entre os defensivos, os herbicidas mantiveram a liderança no mercado, com 29% de participação e vendas de R$ 712 milhões, porém isso significou uma queda de dois pontos percentuais em relação à safra de 2023/24, quando o total gasto foi de R$ 879 milhões.

Os inseticidas vieram logo atrás, com 28% (R$ 678 milhões), mantendo o mesmo patamar da temporada anterior. Em seguida, aparecem os fungicidas, com 19% do mercado na safra 2024/25 (R$ 466 milhões), único a crescer dois pontos percentuais versus ao resultado do ciclo anterior, que totalizou R$ 482 milhões.

O tratamento de sementes também apresentou recuo de R$ 486 milhões do ciclo anterior para R$ 380 milhões, queda de 16%. Já nematicidas e outras categorias somaram R$ 96 milhões cada.

De acordo com o estudo, mesmo com a retração, as pragas cigarrinha-do-milho, lagartas e percevejos mantiveram alta relevância nas lavouras, respondendo por 98% das vendas de inseticidas, o equivalente a R$ 664 milhões.

O mercado de sementes de milho verão também apresentou retração expressiva: queda de 22% em valor, para R$ 3,6 bilhões versus os R$ 4,4 bilhões da safra passada.

“Ainda assim, o uso de sementes com biotecnologia segue amplamente disseminado, presente em 98% da área cultivada”, aponta o estudo.

Entre os Estados, o Rio Grande do Sul liderou em área plantada com milho verão, com 29% do total, seguido por Minas Gerais (25%), Santa Catarina (13%), Paraná (11%), região do Matopiba (9%), São Paulo (7%) e o eixo Goiás-Distrito Federal (6%).

 

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